terça-feira, 17 de julho de 2012

Brasil poderá produzir mais soja que EUA pela 1ª vez

SÃO PAULO - Com um plantio de soja na safra 2012/13 estimado para atingir um recorde de 27,9 milhões de hectares, o Brasil possivelmente superará os Estados Unidos como o maior produtor da oleaginosa na temporada, informou na sexta-feira a Agroconsult. O crescimento no plantio, de mais de 10 por cento ante 2011/12, deverá ocorrer na esteira da alta dos contratos futuros na bolsa de Chicago, referência internacional de preços, que atingiram um recorde no início da semana por conta da uma quebra de safra nos EUA. "É primeira vez que o Brasil (segundo produtor global) poderá ultrapassar os EUA, a nossa expectativa é de um incremento bastante significativo de área", disse o analista Marcos Rubin, da Agroconsult, em entrevista. Em condições normais de clima, a produção no Brasil deverá atingir um recorde de 83,1 milhões de toneladas em 12/13, segundo a Agroconsult, crescimento de 25 por cento ante a temporada 2011/12, quando a seca derrubou a colheita brasileira. A safra 12/13 poderia superar o recorde nacional, registrado em 10/11, de 75,3 milhões de toneladas.A previsão da Agroconsult para o Brasil é mais otimista do que a do Departamento de Agricultura dos EUA, que esta semana estimou a safra 12/13 brasileira em 78 milhões de toneladas, e a dos EUA em 83 milhões de toneladas. A Agroconsult estima a safra 12/13 dos EUA em 80 milhões de toneladas. "Poderá ser um ano excepcional, há possibilidade de produção recorde, há possibilidade de exportação recorde e de superar os Estados Unidos", acrescentou.A semeadura da safra 12/13 no Brasil deve começar em meados de setembro, pelo Centro-Oeste. Já a safra 12/13 dos EUA está plantada, sofrendo os efeitos do calor intenso no Meio-Oeste e da falta de umidade. Com uma safra maior, os brasileiros poderiam se garantir também na dianteira da exportação de soja em 2012/13, disse o analista. Pelos cálculos da Agroconsult, o Brasil poderá exportar 40 milhões de toneladas de soja, e os EUA, 32 milhões de toneladas em 12/13.

PREVISÃO CONSERVADORA

Segundo o analista, a previsão de safra do Brasil foi feita com base em uma projeção "conservadora" de produtividade, de 49,6 sacas por hectare em média para o país. "Se pegar hipoteticamente a produtividade que tivemos em 2010/11 (quando foi recorde em 51,9 sacas), a gente estaria falando de uma produção de 86,9 milhões de toneladas", destacou. Para registrar um recorde de plantio, a soja crescerá em áreas de milho no Sul e de algodão no Centro-Oeste. Mas os produtores também utilizarão novas terras, especialmente na parte leste de Mato Grosso e nos Estados do Maranhão, Bahia, Tocantins e Piauí. Mas com as "excelentes margens" de lucro o produtor brasileiro não apenas ampliará a área como também investirá em adubos e defensivos. "Se olhar para o produtor, é um ano de possíveis rentabilidades recordes também, tem tudo para ser um ano excelente no Brasil", disse Rubin, lembrando que as vendas antecipadas do produto da safra 12/13 estão bastante adiantadas. Ele observou que, com a antecipação de compras de insumos agrícolas, boa parte dos produtores deve garantir boas margens.

ÁREA DE MILHO 1a SAFRA CAI

O crescimento do plantio de soja no Brasil ocorreria ao mesmo tempo em que haveria um recuo no plantio de milho primeira safra 12/13, para 7,1 milhões de hectares, ante 7,9 milhões de hectares na temporada 11/12 --o cereal e a oleaginosa concorrem por área na colheita de verão especialmente no Sul. Esse recuo no plantio de milho esperado seria recuperado na segunda safra, segundo a Agroconsult, que estimou um crescimento de área para 7,9 milhões de hectares, ante 7,1 milhões em 11/12. 
 
 
Fonte: Roberto Samora
 Reuters

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Plano Agrícola e Pecuário ampliará produção e competitividade no campo

O governo espera aumentar a capacidade de produção e conquistar mais mercados para a agricultura e pecuária. A expectativa é da presidenta Dilma Rousseff que na semana passada lançou o Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, liberando R$ 115,2 bilhões de crédito para atividades agrárias. O crédito para financiar a agropecuária comercial no período, “é o maior de todos os tempos”, salientou Dilma durante o programa de rádio Café com a Presidenta, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a emissoras de rádio de todo o país. Além do maior volume de recursos disponíveis, Dilma Rousseff assinala que novas linhas de crédito foram estabelecidas, sob melhores condições de juros. “As linhas de crédito ficaram mais baratas”, disse a presidenta ao destacar que para a compra de adubo e sementes, por exemplo, os juros caíram de 6,75% para 5,5%. “Isso é praticamente comprar com juro zero”, frisou. O governo também aumentou os valores e reduziu os juros em todas as linhas de crédito para investimento. “Com esse crédito, o produtor pode comprar equipamentos para irrigação, tratores, máquinas, pode construir cercas e galpões”, listou a presidenta. “Se o produtor investir, por exemplo, na integração lavoura/pecuária, ou no plantio direto sobre a palha, ou mesmo na recuperação de áreas degradadas, que existem milhares de hectares no Brasil, os empréstimos vão ter juros ainda menores”, completou. A medida minimiza impacto ambiental das atividades do campo. Dilma também avaliou que os médios produtores (com renda até R$ 800 mil por ano) serão beneficiados com financiamento para o custeio da produção. “Os juros para esses empréstimos caíram para 5% ao ano.” Além de empréstimos mais baratos, Dilma Rousseff acrescenta que o seguro feito pelo produtor para garantir o pagamento dos empréstimos (Proagro) dobrou de valor de cobertura. “Vão poder segurar até R$ 300 mil por safra”, disse. Para ela, o recurso é fundamental para os produtores rurais “porque a agricultura é uma atividade que envolve riscos: uma seca prolongada, chuvas em excesso ou uma geada forte demais”. No ano passado, o agronegócio foi responsável por 38% de tudo o que o Brasil exportou.