31/05
Danilo Macedo e Luana Lourenço
Brasília - O governo vai
disponibilizar R$ 18 bilhões para crédito de custeio e investimento à
agricultura familiar na safra 2012/2013. O anúncio foi feito ontem (30)
pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, em resposta à
lista de reivindicações apresentada há um mês pelos movimentos de
trabalhadores rurais durante o Grito da Terra Brasil. O detalhamento dos
recursos será divulgado durante o anúncio do Plano Safra da Agricultura
Familiar, que deve acontecer no fim de junho. As respostas do
governo aos 138 itens de reivindicações foram apresentadas pela própria
presidenta Dilma Rousseff em reunião com representantes de entidades do
campo liderados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag). O ministro Vargas disse que, além dos R$ 18
bilhões do Plano Safra, mais R$ 4 bilhões devem chegar aos agricultores
familiares por meio de outros programas, como os de assistência técnica e
aquisição de alimentos. “A presidenta Dilma disse que se forem
necessários mais recursos, vamos viabilizar mais”, disse Vargas. Ele
garantiu que R$ 706,5 milhões para aquisição de terras para
assentamentos da reforma agrária este ano não serão contingenciados e a
presidenta Dilma determinou o descontingenciamento de R$ 300 milhões
para assistência técnica para pequenos produtores. Com a última medida,
os recursos para a modalidade chegam a R$ 542 milhões. O
presidente da Contag, Alberto Broch, disse após a reunião que é preciso
analisar as respostas para fazer um balanço geral das respostas
recebidas do governo. Ele disse que os trabalhadores rurais saíram
“satisfeitos em parte” com o que ouviram. “Houveram avanços
importantes principalmente nos custeios e investimentos e
descontingenciamento da assistência técnica, mas outros pontos não
avançaram. Para a reforma agrária, só o descontingenciamento é pouco”,
disse Broch, explicando que os movimentos sociais ligados ao campo
pediam “pelo menos” mais R$ 500 milhões para desapropriações. O
governo se comprometeu a aumentar o volume de crédito habitacional para
os assentamentos, que passarão a integrar o Programa Minha Casa, Minha
Vida, que deve passar de R$ 15 mil para R$ 25 mil por habitação. O
pacote de medidas anunciado ontem também inclui ampliação do teto do
crédito de custeio de R$ 50 mil para R$ 80 mil por produtor e elevação
de recursos para o Pronaf Semiárido e para o Pronaf B, que atende
agricultores de mais baixa renda Para os produtores do semiárido,
o limite de crédito, que hoje é R$ 12 mil, poderá chegar a R$ 18 mil.
Os agricultores do Pronaf B, que atualmente contam com até R$ 7,5 mil,
passarão a ter até R$ 10 mil para custeio. Segundo o ministro
Pepe Vargas, durante a reunião a presidenta reforçou o tratamento
diferenciado dado pelo governo à agricultura familiar dentro do Novo
Código Florestal Brasileiro. Com os vetos e modificações ao código
divulgados na segunda-feira (28), o governo criou condições especiais
para os pequenos produtores, como exigência de recompor em quantidade
menor as áreas de preservação permanente (APPs), com a possibilidade de
usar espécies exóticas. "A presidenta trabalhou bastante essa
questão do código florestal, reforçou a importância da agricultura
familiar na produção de alimentos e disse que não podemos tratar
igualmente os desiguais", disse.
Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil
Portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil
Portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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