segunda-feira, 21 de março de 2011

Começa a ser construído o Campus da UFERSA de Pau dos Ferros


A primeira etapa das obras de construção do campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido na região do Alto Oeste Potiguar, já está em pleno andamento com as edificações das primeiras colunas que vão dar suporte aos prédios. 
O campus da UFERSA Pau dos Ferros ocupará uma área de 10 hectares, cedida por um empresário do município.
Para o reitor da Universidade Federal Rural do Semi-árido, professor JOSIVAN Barbosa, a construção de mais um campus representa um ganho significativo não apenas para os jovens de Pau dos Ferros, mas para a toda a região do Alto Oeste, como, também, do alto sertão dos estados da Paraíba e do Ceará.
A obra, nessa fase inicial, compreende a construção de quatro construções distintas: guarita e muros; prédio administrativo; complexo de salas de aulas e um complexo de laboratórios. O prazo para a conclusão dessa fase é de 12 meses.
Nessa primeira estapa da obra estão sendo investidos R$ 4 milhões, provenientes da emenda de bancada de 2009, a ser executada em 2010.
“Com esse recurso a Universidade também está adquirindo um ônibus para viagens a longa distância”, informou o reitor da UFERSA, professor JOSIVAN Barbosa. 

Fonte: Blog do Capote

RN é o segundo pior Estado do Nordeste



O Rio Grande do Norte é o segundo Estado do Nordeste em número de notificações de dengue, atrás apenas de Sergipe. De acordo com os novos números da dengue em 2011, divulgados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, os casos no RN aumentaram em mais de 1.000%. Enquanto neste mesmo período de 2010 foram notificados 223 casos, neste ano as notificações atingiram 2.662.
No Nordeste, foram registrados 15,8% do total dos casos graves: Pernambuco (116), Ceará (109) e Rio Grande do Norte (74) são os Estados com mais notificações.
Em todo o país, até o último dia 26 de fevereiro, foram notificados 155.613 casos - número 37% menor do que no mesmo período do ano passado. No entanto, os cuidados preventivos devem ser mantidos e intensificados para evitar novos registros da doença. Do total de notificações, 2.365 são de casos graves e 241 de óbitos suspeitos.
A região Norte concentra 31,6% do total de casos suspeitos, com 49.101 notificações. Em seguida, estão as regiões Sudeste (27% e 42.092 casos), Nordeste (18,4% e 28.653 notificações), Centro-Oeste (12,3% e 19.066 casos) e Sul (10,7% e 16.701 casos). A maior parte dos casos (53%) foi notificada em cinco Estados: Amazonas, Acre, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Para avaliar a situação de cada região, o Ministério da Saúde considera ainda a incidência dos casos de dengue. Ela é alta quando há mais de 300 casos por 100 mil habitantes; média entre 100 e 300 e baixa entre 0 e 100 casos por 100 mil habitantes. De janeiro a fevereiro de 2011, dois estados apresentaram alta incidência da doença, 9 média incidência e 16 baixa.
CASOS GRAVES E ÓBITOS
A Secretaria de Vigilância em Saúde recebeu 2.365 notificações de suspeitas de casos graves de dengue em todo o país. Até o momento, 471 foram confirmados; 60, descartados e 1.117 permanecem em investigação. A maior parte foi registrada no Sudeste, que somou 1.126 notificações (47,6% do total): a maioria no Rio de Janeiro (762).
Em seguida vem a região Norte, com 30% dos casos graves suspeitos do país: Amazonas e Pará notificaram, respectivamente, 438 e 195. O Nordeste vem logo depois, seguido do Centro-Oeste, que responde por 5% desses registros, sendo a maioria do Mato Grosso e Goiás (54 notificações cada). No Sul, só houve registros no Paraná (39).
Em relação aos óbitos, a Secretaria de Vigilância em Saúde recebeu 241 notificações de óbitos suspeitos. Até o momento, 51 estão confirmados; 79, descartados e 112 continuam em investigação. As mortes confirmadas ocorreram no Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás.
DENV- 1
O levantamento da Secretaria de Vigilância em Saúde indica ainda que o sorotipo Denv-1 é o que mais tem infectado os brasileiros. Das 1.856 amostras de sangue de pacientes com sintomas da doença que foram submetidas ao processo de isolamento viral, 335 deram positivo para a dengue e houve a detecção do DENV-1 em 81,8% delas. O DENV-2 apareceu em 11% dos resultados positivos, o DENV-4 em 5,4% (apenas nos Estados de Roraima, Amazonas e Pará) e o DENV-3 em 1,8%.
AÇÕES
O Ministério da Saúde tem apoiado as ações adotadas pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para controlar a doença. Preventivamente, além da compra de equipamentos, veículos, inseticidas e medicamentos, o Ministério da Saúde capacitou médicos e enfermeiros, revisou manuais de diagnóstico e tratamento de pacientes pediátricos, assessorou a elaboração dos planos de contingência de Estados e municípios e intensificou as ações de mídia em todo o país de acordo com o ciclo de chuvas e com os criadouros do Aedes aegypti predominantes em cada região.
Fonte: http://www.defato.com/

domingo, 20 de março de 2011

BOA SEMANA A TODOS !




Tolerância para ser feliz
*Sandra Rosenfeld
Eu ainda fico pasma quando me vejo em, ou assisto, situações de total falta de tolerância com o próximo.
As pessoas se irritam com coisas pequenas, alteram o tom de voz e, ficam impacientes, quando não tomam atitudes extremas.
É claro que, algumas vezes, é necessário um ato ou uma fala que exprima nossa justa indignação com alguém ou uma situação. Mas, ainda assim, manter o controle e o bom senso é fundamental para dar aval à nossa razão.
Quando mantemos nossa emoção sob controle, e é disso que trata este artigo, estamos, primeiramente, protegendo a nós mesmos. Sim, porque ao gritar, falar rispidamente, usar termos para tentar desqualificar o outro e até tomar atitudes sem medir as possíveis consequências, provavelmente mexerão negativamente com a emoção do outro, mas não, sem antes, mexer com a nossa.
Geralmente, nesses momentos, o coração dispara, a boca fica um pouco seca e, os músculos se contraem, tudo isso resultado de uma descarga de adrenalina no nosso organismo, como se estivéssemos nos preparando para uma luta. Na maioria das vezes, totalmente, desnecessária. A vida, hoje, já nos coloca em muitas situações de estresse, por que, então, criarmos, por conta própria, outras que poderiam ser evitadas?

É importante estarmos em contato com nossas ferramentas/forças internas que nos permitem manter o controle perante situações e pessoas que nos desagradam, porque só assim podemos avaliar corretamente o que está acontecendo e escolher como lidar, do contrário ficamos à mercê de nossas instabilidades emocionais. O que não é nada bom!

A intolerância repetida com frequência se torna um hábito, um mau hábito e que deve ser substituído por atitudes positivas, como pensar antes de agir, escolher as palavras e o tom de voz antes de falar e, principalmente, manter a calma e o autocontrole.
A partir da disciplina, força de vontade, terapias e práticas que permitam o autoconhecimento, nos livramos das atitudes impulsivas e, com certeza, nos tornamos seres humanos melhores e mais felizes.
Sandra Rosenfeld
Escritora, Terapeuta em Qualidade de Vida como Instrutora de Meditação, Coach Pessoal e Palestrante. Autora dos livros “Durma Bem e Acorde para a Vida” e O que é Meditação, ed. Nova/Record. Ministrante de cursos e workshops com foco na evolução pessoal e profissional.
 
Colaboração: Zirair Karmirian Filho
 

sábado, 19 de março de 2011

Marcelino Vieira: Usuários da Tim continuam sem sinal da operadora

 Não é de hoje o problema na regularização da cobertura de telefonia móvel da Tim. Mas essa semana as reclamações aumentaram. Em Marcelino Vieira-RN, o serviço de telefonia móvel ainda continua sem o sinal preciso, e há quase uma semana os usuários já não conseguem fazer ligações a maior parte do dia.
O problema atinge várias cidades do Alto Oeste do Estado. E não bastasse a rede ocupada de antes, agora sumiram com a rede e tudo!
Em Marcelino Vieira, os celulares entram com pouco sinal logo pela manhã, e em seguida, ficam fora de área por horas. Enquanto isso, é torcer pra não precisar. Um absurdo!
E pelo visto, as fronteiras são infinitas. E toda paciência é limitada!
Desrespeito ao cliente?
- Sim. Sem dúvidas.


Fonte: Folha em Dia 

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL EM MARCELINO VIEIRA - RN

Agricultores rurais da comunidade de Varzinha no município de Marcelino Vieira-RN, mostram como é possível viver de maneira sustentável no meio rural.  
    Através de uma Associação constituída especificamente de agricultores familiares, os moradores da comunidade Varzinha, na região do Alto Oeste Potiguar, produzem seu sustento e conseguem lucrar com a venda do excedente da produção. Dentre o produzido estão o queijo de qualho, mel de abelha, rapadura, frutas, legumes, peixe e aves caipiras.
    Há mais de 30 anos, o Sr. Domingos Alves Soares, cultiva Cana de Açúcar e junto com os demais moradores da comunidade, produzem rapadura para abastecer o comércio local e demais regiões vizinhas. As 06 famílias moradoras da comunidade esperam ansiosas pela “moagem” que é a colheita da cana-de-açúcar, a moagem propriamente dita e a fervura do caldo de cana e por fim a confecção da rapadura. A produção supera as 9000 rapaduras e já se tornou uma tradição de família.
        Em 2009, foi à vez de experimentar a produção de mel de abelha em alta escala com colméias produzidas pelos próprios agricultores.  A experiência deu tão certa que em 2010, a produção de mel saltou de 18 para 24 galões ano. Segundo o Sr. Chico Bento (54 anos) e morador da comunidade há mais de 30 anos, “já estamos nos preparando para aumentar a quantidade de colméias”.
    Em maio de 2010, os agricultores iniciaram a criação de galinhas caipira em regime semi-intensivo com uma demanda inicial de 200 unidades. Segundo o agricultor João Ernesto (45 anos de idade) e 20 de morador da comunidade, no mês de setembro estará vendendo o primeiro lote e a implementação de mais duas unidades de criadouros; dando assim continuidade ao processo de criação e venda das aves.
    Já o Sr. Pedro de Oliveira (62 anos de idade) e morador há mais de 20 na comunidade, lembra que quando o tempo é bom com o inverno, chega a produzir cerca de 100 litros de leite por dia e tem uma tiragem de mais de 100 queijos coalho mês.
    A comunidade conta com quatro açudes, uma barragem, três poços artesianos e um poço tubular que servem para abastecer a propriedade, matar a sede dos seus moradores, garantindo a criação do gado e demais animais de médio e pequeno porte. E também a pesca artesanal que se configura uma alternativa sustentável e saudável na alimentação dos moradores.

fonte: http://www.fetarn.org.br

Alimentação Escolar

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), implantado em 1955, garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e filantrópicas.
Seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis.
O PNAE tem caráter suplementar, como prevê o artigo 208, incisos IV e VII, da Constituição Federal, quando coloca que o dever do Estado (ou seja, das três esferas governamentais: União, estados e municípios) com a educação é efetivado mediante a garantia de "atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade" (inciso IV) e "atendimento ao educando no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde" (inciso VII).
A partir de 2010, o valor repassado pela União a estados e municípios foi reajustado para R$ 0,30 por dia para cada aluno matriculado em turmas de pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos. As creches e as escolas indígenas e quilombolas passam a receber R$ 0,60. Por fim, as escolas que oferecem ensino integral por meio do programa Mais Educação terão R$ 0,90 por dia. Ao todo, o Pnae beneficia 45,6 milhões de estudantes da educação básica.
O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no censo escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI) e pelo Ministério Público.
O orçamento do programa para 2011 é de R$ 3,1 bilhões, para beneficiar 45,6 milhões de estudantes da educação básica e de jovens e adultos. Com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% desse valor – ou seja, R$ 930 milhões – devem ser investidos na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico das comunidades.

OBS: A CARTILHA PARA OS CONSELHEIROS DO PNAE PODEM SER ACESSADAS PELO LINK:
www.fnde.gov.br/index.php/arq...cartilhaconselheirospnae2007/download
 

 Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/ae-apresentacao

O impacto da repressão política no meio rural


Mais uma importante ação no sentido de consolidar o respeito aos Direitos Humanos chega a público, em um livro que reúne informações de acervos e arquivos, além de relatos de experiências do período da ditadura militar, desta vez com o olhar voltado à memória dos trabalhadores rurais brasileiros.
Fruto de parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a publicação “Retrato da repressão política no campo – Brasil 1962-1985 – Camponeses torturados, mortos e desaparecidos” lança luz a uma época de nossa história marcada por arbitrariedades, pela censura e violência. No caso do meio rural, com um agravante: além de comandada diretamente pelo Estado, pela ação das forças policiais e do exército, a repressão política no campo se caracterizou também pela ação de milícias e jagunços a mando de latifundiários.
O objetivo da publicação é, de acordo com as autoras, as antropólogas Ana Carneiro e Marta Cioccari, romper com o silêncio introjetado pelos longos anos de ditadura e dar visibilidade à repressão ocorrida no campo no período. No texto foram registradas as próprias narrativas dos trabalhadores e dos líderes que sofreram violências, assim como dos sobreviventes da repressão do aparato militar e das ações criminosas de senhores de engenho e empresas, por meio de seus capangas.
“O fato de termos dado voz aos camponeses neste livro ajuda a fornecer uma dimensão mais rica e impactante dessa página trágica da história do Brasil e a revelar, ainda que parcialmente, algo dessas memórias dolorosas não dizendo respeito aos camponeses, mas a todos os brasileiros. Devemos considerar, ainda, o fato de que essas violências no campo não desapareceram: continuam ocorrendo de forma flagrante e escandalosa em determinadas regiões do país”, ressalta Marta.
Para a produção do livro, as autoras tiveram acesso a importantes acervos de pesquisa e centros de memória, contando com a colaboração de diversos pesquisadores de destaque no cenário nacional. Uma base importante para o trabalho foram os registros escritos e audiovisuais do Projeto Memória Camponesa, coordenado pelo prof. Moacir Palmeira e conduzido no âmbito do Núcleo de Antropologia da Política do Museu Nacional (NuAP/MN/UFRJ), com apoio do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural  do MDA (NEAD). O Projeto Memória Camponesa realizou diversos seminários e encontros nos estados brasileiros, em parceria com universidades e entidades sindicais, e guarda depoimentos de vários líderes sindicais e de trabalhadores. Acervos de outras universidades também foram consultados e, além disso, aqueles criados pelos próprios trabalhadores e líderes locais em lugares que foram palcos de antigos conflitos, tais como Sapé (PB), Brotas de Macaúbas (BA) e Trombas e Formoso (GO).
As autoras também fizeram viagens de campo a São Paulo, a Pernambuco, ao Ceará, ao Distrito Federal e a Goiás. Foram feitas cerca de 15 entrevistas com líderes sindicais e com assessores de entidades e, adicionalmente, a investigação do tema se baseou em filmes, livros acadêmicos e jornalísticos, produções audiovisuais e transcrições de depoimentos colhidos em projetos diversos.
O livro Retrato da repressão política no campo está disponível para download gratuito no Portal NEAD
http://www.nead.gov.br/portal/nead/publicacoes/
FONTE: Site MDA/NEAF 

SOLIDARIEDADE AS VÍTIMAS DO TSUNAMI NO JAPÃO



Nós que fazemos a Equipe de Extensão Rural da Emater de Marcelino Vieira - RN, prestamos nossa solidariedade a todas as famílias das vítimas do desastre no Japão e em especial a Equipa da JICA que atua na nossa região.

Equipe:
Junior Barbosa
Miguel Cavalcante
Suiann Rosângela
Irma
Isaac Luis

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.



Acessando os e-mail hoje me deparei com essa sátira e vi o quanto se relacionava com alguns fatos que aconteceram essa semana em relação ao crédito rural aqui no município, acho que ao ler, o amigo leitor vai se sentir parte da história assim como eu me senti. Espero que possamos fazer uma reflexão sobre todos os serviços oferecidos ao meio rural, os trâmites burocráticos, as leis  e as exigências a que o trabalhador muitas vezes passa, seja em relação ao meio ambiente ou qualquer outro setor voltado a agricultura familiar. 

Junior Barbosa 
Engenheiro Agrônomo
 

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade - Para Onde Estamos Indo?

Prezado Luis, quanto tempo.

          Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.
          Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?
          Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.
          Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.
Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?
          Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né.) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?
          Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encompridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.
          Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levou ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.
          Depois que o Juca saiu, eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.
          Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?
          Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.
          Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.
          Fui ao escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no IBAMA da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do
Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.
          Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.
          Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

          Até mais Luis.

          Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)


Referencia: Carta adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

19 DE MARÇO - DIA DE SÃO JOSÉ E SUA REPRESENTAÇÃO PARA O HOMEM DO CAMPO.


Hoje dia 19 de março, dia de São José, um dia simbólico para todos os agricultores. Conta a maioria dos trabalhadores que ao chover no dia de São José e sinal de bom inverno, com chuvas regulares e boa safra para o Sertão, caso contrário, é sinal de pouca chuva e consequentemente perda da produção. Na maioria das cidades o dia começa com uma procissão festiva em ação de graças ao Santo, com o objetivo de perdir benção e fartura para o trabalhador do campo. Alguns esperam até o dia 19 de março para efetuarem o plantio do milho, pois há uma crença do trabalhador rural que o milho plantado na véspera do dia de São José será colhido na véspera do dia de São João, 24 de junho, garantindo assim os festejos juninos. O dia do Santo seria a data limite para que o agricultor confirmasse suas expectativas em um bom inverno. Mesmo com todas as previsões oficiais, o trabalhador rural não esquece suas raízes, sua cultura e continua alimentando as crenças populares, o nosso folclore, nossas tradições e nossa amor pelo nossa terra. Sinto-me orgulhoso de ser filho de um trabalhador rural e ter acordado tantas vezes para sair na procissão do santo, mesmo sem entender ao certo o que fazia. Hoje vejo o quanto esses laços foram importantes, entendo todas essas ações como parte da formação cultural do nordestino que luta insessantimente pela construção de um novo cenário para as terras secas do sertão.

Junior Barbosa
Engenheiro Agrônomo