Mais uma importante ação no sentido de consolidar o respeito aos Direitos Humanos chega a público, em um livro que reúne informações de acervos e arquivos, além de relatos de experiências do período da ditadura militar, desta vez com o olhar voltado à memória dos trabalhadores rurais brasileiros.
Fruto de parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a publicação “Retrato da repressão política no campo – Brasil 1962-1985 – Camponeses torturados, mortos e desaparecidos” lança luz a uma época de nossa história marcada por arbitrariedades, pela censura e violência. No caso do meio rural, com um agravante: além de comandada diretamente pelo Estado, pela ação das forças policiais e do exército, a repressão política no campo se caracterizou também pela ação de milícias e jagunços a mando de latifundiários.
O objetivo da publicação é, de acordo com as autoras, as antropólogas Ana Carneiro e Marta Cioccari, romper com o silêncio introjetado pelos longos anos de ditadura e dar visibilidade à repressão ocorrida no campo no período. No texto foram registradas as próprias narrativas dos trabalhadores e dos líderes que sofreram violências, assim como dos sobreviventes da repressão do aparato militar e das ações criminosas de senhores de engenho e empresas, por meio de seus capangas.
“O fato de termos dado voz aos camponeses neste livro ajuda a fornecer uma dimensão mais rica e impactante dessa página trágica da história do Brasil e a revelar, ainda que parcialmente, algo dessas memórias dolorosas não dizendo respeito aos camponeses, mas a todos os brasileiros. Devemos considerar, ainda, o fato de que essas violências no campo não desapareceram: continuam ocorrendo de forma flagrante e escandalosa em determinadas regiões do país”, ressalta Marta.
Para a produção do livro, as autoras tiveram acesso a importantes acervos de pesquisa e centros de memória, contando com a colaboração de diversos pesquisadores de destaque no cenário nacional. Uma base importante para o trabalho foram os registros escritos e audiovisuais do Projeto Memória Camponesa, coordenado pelo prof. Moacir Palmeira e conduzido no âmbito do Núcleo de Antropologia da Política do Museu Nacional (NuAP/MN/UFRJ), com apoio do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do MDA (NEAD). O Projeto Memória Camponesa realizou diversos seminários e encontros nos estados brasileiros, em parceria com universidades e entidades sindicais, e guarda depoimentos de vários líderes sindicais e de trabalhadores. Acervos de outras universidades também foram consultados e, além disso, aqueles criados pelos próprios trabalhadores e líderes locais em lugares que foram palcos de antigos conflitos, tais como Sapé (PB), Brotas de Macaúbas (BA) e Trombas e Formoso (GO).
As autoras também fizeram viagens de campo a São Paulo, a Pernambuco, ao Ceará, ao Distrito Federal e a Goiás. Foram feitas cerca de 15 entrevistas com líderes sindicais e com assessores de entidades e, adicionalmente, a investigação do tema se baseou em filmes, livros acadêmicos e jornalísticos, produções audiovisuais e transcrições de depoimentos colhidos em projetos diversos.
Fruto de parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a publicação “Retrato da repressão política no campo – Brasil 1962-1985 – Camponeses torturados, mortos e desaparecidos” lança luz a uma época de nossa história marcada por arbitrariedades, pela censura e violência. No caso do meio rural, com um agravante: além de comandada diretamente pelo Estado, pela ação das forças policiais e do exército, a repressão política no campo se caracterizou também pela ação de milícias e jagunços a mando de latifundiários.
O objetivo da publicação é, de acordo com as autoras, as antropólogas Ana Carneiro e Marta Cioccari, romper com o silêncio introjetado pelos longos anos de ditadura e dar visibilidade à repressão ocorrida no campo no período. No texto foram registradas as próprias narrativas dos trabalhadores e dos líderes que sofreram violências, assim como dos sobreviventes da repressão do aparato militar e das ações criminosas de senhores de engenho e empresas, por meio de seus capangas.
“O fato de termos dado voz aos camponeses neste livro ajuda a fornecer uma dimensão mais rica e impactante dessa página trágica da história do Brasil e a revelar, ainda que parcialmente, algo dessas memórias dolorosas não dizendo respeito aos camponeses, mas a todos os brasileiros. Devemos considerar, ainda, o fato de que essas violências no campo não desapareceram: continuam ocorrendo de forma flagrante e escandalosa em determinadas regiões do país”, ressalta Marta.
Para a produção do livro, as autoras tiveram acesso a importantes acervos de pesquisa e centros de memória, contando com a colaboração de diversos pesquisadores de destaque no cenário nacional. Uma base importante para o trabalho foram os registros escritos e audiovisuais do Projeto Memória Camponesa, coordenado pelo prof. Moacir Palmeira e conduzido no âmbito do Núcleo de Antropologia da Política do Museu Nacional (NuAP/MN/UFRJ), com apoio do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do MDA (NEAD). O Projeto Memória Camponesa realizou diversos seminários e encontros nos estados brasileiros, em parceria com universidades e entidades sindicais, e guarda depoimentos de vários líderes sindicais e de trabalhadores. Acervos de outras universidades também foram consultados e, além disso, aqueles criados pelos próprios trabalhadores e líderes locais em lugares que foram palcos de antigos conflitos, tais como Sapé (PB), Brotas de Macaúbas (BA) e Trombas e Formoso (GO).
As autoras também fizeram viagens de campo a São Paulo, a Pernambuco, ao Ceará, ao Distrito Federal e a Goiás. Foram feitas cerca de 15 entrevistas com líderes sindicais e com assessores de entidades e, adicionalmente, a investigação do tema se baseou em filmes, livros acadêmicos e jornalísticos, produções audiovisuais e transcrições de depoimentos colhidos em projetos diversos.
O livro Retrato da repressão política no campo está disponível para download gratuito no Portal NEAD
http://www.nead.gov.br/portal/nead/publicacoes/
http://www.nead.gov.br/portal/nead/publicacoes/
FONTE: Site MDA/NEAF
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