domingo, 24 de abril de 2011

Medicina que nasce no campo


As transformações que a biotecnologia tem trazido à agricultura não se limitam ao desenvolvimento de cultivares agrícolas mais produtivas e resistentes. Nas estufas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, técnicas de manipulação genética aplicadas a espécies vegetais comuns acenam com um futuro ainda mais inovador para a produção do campo. Ali, um grupo de cientistas liderado pelo engenheiro agrônomo Elíbio Rech realiza há cerca de uma década pesquisas muito peculiares para gerar substâncias que darão origem a fármacos. Tais estudos, realizados em parceria com o Instituto Nacional de Saúde americano e a Universidade de Londres, têm como base a soja, usada na produção de hormônio de crescimento humano e também na obtenção de proteínas capazes de impedir a contaminação pelo vírus HIV; e o tabaco, empregado na pesquisa para a produção de anticorpos para o combate ao câncer. Como produzirão substâncias até então desenvolvidas apenas pelo corpo humano, as espécies utilizadas nesses trabalhos, que relacionam produção agrícola a saúde, estão sendo chamadas de plantas humanizadas. “Mas jamais haverá risco de que elas sejam usadas para a produção de alimentos”, apressa-se em dizer Rech. Segundo o pesquisador, especialista de fitopatologia, o projeto tem como objetivo desenvolver novos produtos farmacêuticos e baratear processos já existentes. É o caso da produção do hormônio de crescimento, hoje sintetizado comercialmente por meio da cultura de bactérias, mas que, com o uso da engenharia genética, poderá ganhar escala e vir a custar um décimo de seu preço atual.

Fonte: http://www.marceloabdon.com.br/default.asp?view=archives&month=4&year=2011 

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