Apicultura e desenvolvimento sustentável no Município de Marcelino Vieira - RN

O município de Marcelino Vieira - RN é um dos maiores produtores de mel da região do alto oeste, possuindo atualmente uma associação de apicultores com aproximadamente 32 associados, em processo de  estruturação. Esta associação comercializa quase toda a sua produção para intermediários que atualmente vem exigindo uma certificação para viabilizar a exportação do mel do município, esta certificação vai classificar o mel produzido por estes produtores como mel orgânico. Em termos estruturais, a associação conta com uma unidade de beneficiamento com equipamentos padrões para a extração de mel. As colméias são feita utilizando uma estrutura de alvenaria e madeira, estas técnicas possibilitão um custo menor segundo o presidente da associação. De acordo com informações colhidas entre os produtores, foram vendidas aproximadamente 12.000 kg de mel no município, com um valor girando no patamar de R$ 3,50/litro.
 O Programa Compra Direta do Município tem comprado parte do mel, mas há uma exigência da embalagem em sachê e análise química do mel. Estas análises exigidas pelo Compra Direta foram feitas pela UFERSA, sendo encaminhadas pelo escritório local da EMATER-RN. Percebemos também a falta de uma estrutura de marketing voltada a criação de uma logomarca que possa indentificar o mel do município  e viabilizar a sua venda ao consumidor final. No caso da comercialização sem intermediários, ou seja, diretamente ao consumidor, o produto também deve conter o selo de inspeção estadual ou federal, o que requer maiores investimentos em instalações, para  adequar asinstalações as normas e exigências sanitárias dos orgãos de fiscalização.

Reunião de Intercâmbio dos bolsistas da EMATER

No dia 29 de outubro de 2010, realizou-se no município de Marcelino Vieira a  I Reunião de Intercâmbio dos Bolsistas da EMATER, lotados na Regional de Pau dos Ferros - RN. Estiveram presentes os extensionistas dos município de Pau dos Ferros (Sônia Cabral/Gestora; Wolmer/Engº Agrônomo; Miguel/Veterinário; Taciana/Nutricionista), Rafael Fernandes (Rodrigo/Engº Agrônomo; Kandice/Pedagoga), Portalegre (Francisco Elzo/Engº Agrônomo), Água Nova (Ariádne/Engº Agrônoma); Carlos de Souza (Sindicato de Marcelino Vieira); Alexandria (Rafael Maniçoba/Engº Agrônomo; Carlos Alves/Téc. em Agropecuária), Paraná (Carlos Augusto/Engº Agrônomo), Tenente Ananias (Juciano/Engº Agrônomo), Marcelino Vieira (Irma/Assistente Administrativa; José Miguel/Téc. em Agropecuária; Suiann Rosângela/Assistente Social; Junior/Engº Agrônomo)  e o  BNB (Márcio/Gerente do Pronaf). O objetivo da Reunião foi realizar uma troca de experiência entre os profissionais da EMATER e exposição dos trabalhos realizados nos escritórios locais. O Trabalho foi coordenado pela equipe de Marcelino Vieira e foi realizado no Polo Universitário da UFRN. Inicialmente foi feita a acolhida dos participantes pela gestora regional e pelo técnico do escritório de Marcelino Vieira, sendo em seguida passado a palavra ao representante do BNB que falou sobre duas linhas de crédito do Pronaf (PRONAF SEMI-ÁRIDO e PRONAF MAIS ALIMENTOS), disponível aos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Foram feitos questionamentos sobre os aspectos burocráticos relacionados a elaboração de projetos, no qual o BNB se posicionou propenço a reavaliar seus procedimentos, de forma a garantir agilidade e transparência no processo de assitência técnica ao trabalhador(a) rural.

Foram feitos vários relatos sobre as ações realizadas pelos extensionista,  suas dificuldades e perspectivas dando enfase as ações relacionadas a construção de barragens subterrâneas no município de Alexandria e Tenente Ananias, discutindo-se os custos, benefícios e problemas relacionados as técnicas de implantação desta tecnologia. Também foi relatado o Programa Compra Direta, suas limitações e a necessidade de se dar continuidade as ações deste programa que no município de Marcelino Vieira beneficia 55 fornedores e 2500 pessoas assistidas pelas entidades de assistência social, escolas, hospitais etc.

A assistente social da EMATER de Marcelino Vieira, Suiann Rosângela relatou a importância de se buscar a integração da mulher como agente de transformação social, fazendo com que ela se sinta parte integrante da temática que envolve a agricultura familiar e seu protagonismo para o desenvolvimento sustentável e econônomico do Brasil.

Em relação as Escolas de Inclusão Digital e Cidadania EIDC, foi repassado a importância deste instrumento para o desenvolvimento da comunidade local e como meio de inserção do agricultor no mundo globalizado.

Foi exposto os trabalhos realizados no Município de Marcelino Vieira pela equipe de extensionistas da EMATER local, sendo apontado as experiências sobre Forragem Verde Hidropônica com húmus de minhoca, o Banco de Germoplasma de cana-de-açúcar, as ações da JICA, a elaboração de projetos de investimento e o cronograma de capacitação e visitas as comunidades etc. Os trabalhos realizados no município serviram de referência para os técnicos presentes, que após a conclusão da reunião relataram a importância do evento e a necessidade de uma maior integração entre as equipes.
(Texto: Junior/Engº Agrônomo e Suiann/Assistente Social).

Márcio (BNB - Banco do Nordeste)

Sônia Cabral (Gestora Regional da EMATER)

Suainn Rosângela (Assistente Social - EMATER-RN)

Junior Barbosa (Engenheiro Agrônomo)

Miguel (Técnico em Agropecuária)

Equipe de Bolsistas da Regional de Pau dos Ferros - RN

Ariádne (Água Nova); Suiann (Marcelino Vieira); Taciana (Pau dos Ferros); Kandice (Rafael Fernandes)

Equipe de bolsista da EMATER Regional de Pau dos Ferros - RN

Forragem Verde Hidropônica utilizando solução alternativa de húmus de minhoca.

Em decorrência das dificuldades alimentares que vem passando os rebanhos do município de Marcelino Vieira devido ao processo de estiagem, a equipe de técnicos da EMATER local, vem discutindo ações que viabilizem alternativas técnicas viáveis para a alimentação dos animais na região. Uma das propostas lançadas  foi a utilização da Forragem Verde Hidropônica - FVH com solução alternativa de húmus de minhoca, este processo visa obter uma forragem a um custo mais baixo com o uso de tecnologias alternativas.  A solução de húmus vem substituir a solução nutritiva comercial com micros e macros nutrientes, tornando o processo mais simples e acessível para os trabalhadores.

O método convencional de cultivo em FVH usando o milho como matéria prima, surgiu no período da seca em meados de 1998, na região do Seridó, através de tecnologias adaptadas da hidroponia realizada na fazenda Sabugi, no Município de Caicó, pelo Engº Agrônomo Joaquim Dantas Teixeira, que aplicou o método de forragem hidropônica de milho no arraçoamento de vacas leiteiras. Com a escassez de forragem e o alto custo de ração na região, surgiu então a necessidade de se produzir FVH de milho por um período relativamente curso de 15 a 17 dias, para a auto-sustentação e sobrevivência dos animais. Esta prática foi largamente difundida neste período, mas encontra-se em desuso devido ao uso da solução nutritiva como já mencionado, a falta de informação sobre o processo de produção e o manejo envolvidos na aquisição deste produto.

A FVH,  tanto no método convencional como no método utilizando húmus de minhoca tem ciclo com duração de 15 a 17 dias do plantio até a colheita. Pode ser cultivado em canteiros e bandejas com dimensões variadas, no caso dos canteiros, estes devem ter a dimensão de 5 m de comprimento por 1 m de largura para facilitar o manejo,  com uma declividade de 4 a 8%, para drenagem do excesso de água e da solução de sais nutritivos, ou seja, para este canteiro padrão uma das extremidades deve ter uma altura de 25 cm e a outra deve ter necessariamente 5 cm.

Sendo assim, com o objetivo de disseminar a idéia na região de Marcelino Vieira, o escritório local organizou um canteiro para demonstração desta técnica, utilizando a solução de húmus em substituição a solução nutritiva comercial, a baixo custo, com matéria-prima de larga utilização na região. Este trabalho esta sendo acompanhado pelo Engenheiro Agrônomo Junior Barbosa da EMATER local e busca difundir esta prática alternativa para agricultores e profissionais da região. As técnicas utilizadas estão sendo reproduzidas de um trabalho científico produzido pela UFERSA e estão obedecendo os mesmos crítérios técnicos.

Texto: Junior Barbosa (Engenheiro Agrônomo).

Solução do Humus de Minhoca

Canteiro - Forragem Hidropônica do Milho

Solução de Humus de minhoca

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Substrato da Forragem Hidropônica

Montagem do canteiro

Reunião da Escola de Inclusão Digital de Marcelino Vieira - RN

No dia 19 de outubro de 2010, realizou-se na câmara Municipal de Marcelino Vieira - RN a reunião de apresentação da nova coordenação da  Escola de Inclusão Digital da EMATER, tendo a frente dos trabalhos a Assistente Social Suiann Rosângela Extensionista Rural, os instrutores Airton e Olderivan e o Técnico em Agropecuária Isaac Luis. Estiveram presentes os alunos matriculados no curso de informática básica, professores da rede municipal e estadual de ensino e os alunos e professores do projeto RN Caminhando, acampanhados de sua coordenado Clenilda, a qual fez um relato da importância dos alunos do Projeto RN Caminhando participarem da Escola de inclusão digital e a sua relevância em termos porfissionais e educacionais.

Durante a aprensentação, foram citados os objetivos da Escola, sua importâcia para o município no sentido de oportunizar a inclusão digital, educação, entretenimento, comunicação virtual, democratizando o acesso a internet para a melhoria de vida da comunidade.

Ressaltamos que o Projeto de Inclusão Digital e Cidadania é realizado pelo Governo do Estado e executado pela EMATER - RN, em parceira com o Ministério da Educação, Secretaria Estadual de Educação, Prefeituras Municipais e a Microsoft. A finalidade do projeto é incluir os agricultores familiares no mundo da informática, possibilitando a essa clientela a aquisição de documentos, acesso a novas tecnologias, bem como realização de negócios. Sob a orientação dos técnicos da EMATER-RN, os agricultores familiares e outros segmentos da sociedade, poderão ter também além da realização dos cursos de informática básica, acesso livre a internet, oficinas diversas e palestras sobre temas atuais.

A Escola atualmente dispõe de projetor multimídia, 12 computadores, sendo 1 para usa da secretaria, 10 para estações de trabalho e 1 para o instrutor. Possuimos também 1 impressora multifuncional a laser, scanner e copiadora. Todos os nossos computadores estão conectados a internet via rádio, sala refrigerada, bem como todos as inslações dispõem de ambiente adaptado a portadores de necessidade especiais.

A escola está funcionando nos horários das 8:00 h as 10:00 h (segunda e terça) e das 7:00 as 9:00 h (quinta e sexta) no período da manhã, e das 13:00 às 15:00 h (Segunda a Sexta) e das 15:00 as 17:00 h (segunda a sexta) no perído da tarde. A noite está funcionando uma turma das 18:00 h as 20:00 h (segunda a sexta). O curso tem duranção de 40 horas/aulas, com emissão de certificado expedido pela EMATER-RN e com reconhecimento da Microsoft.

Informamos que já foram capacitados 80 alunos do município e atualmente a escola passa por um processo de reorganização na qual a Coordenadora Local Suian Rosângela informa a todos os interessados que as incrições encontram-se abertas para uma turma para os sábados, com horários a serem definidos, onde estão abertas à professores da rede municipal e estadual de ensino. As inscrições estão sendo feitas no escritório local da  EMATER-RN, nos horários das 7:00 às 13:00 h.

Coordenadora da EIDC Suiann Rosângela e Isaac Luis (Técnico em Agropecuária - EMATER-RN)

                                           Instrutores da EIDC: Airton e Oderivan

Fotos da reunião da Escola de inclusão Digital da EMATER - RN, realizada na Câmara Municipal de Marcelino Vieira - RN

Capacitação de Defensivos Alternativos (JICA/EMATER)

Nos dias 22 e 23 de outrubro de 2010, foram realizadas duas capacitações sobre controle de pragas e defensivos alternativos nos municípios de Marcelino Vieira e Lucrécia respectivamente. A capacitação foi direcionada a trabalhadores e trabalhadoras rurais dos dois municípios envolvidos com a cultura do girassol. A capacitação foi ministrada pelo Engº Agrônomo Junior Barbosa da EMATER de Marcelino Vieira - RN e foi dividida em dois momentos, um momento teórico e uma parte prática envolvendo a fabricação de defensivos pelos próprios agricultores. Nestes dois dias foram capacitados 45 trabalhadores, os quais puderam fazer o relato de suas experiências, dúvidas, interesses, sendo repassado pelos instrutores a importância de se tornarem multiplicadores daquelas informações.

A metodologia aplicada foi a dialógica problematizadora, onde buscou-se aplicar três momentos:  ER (estudo da realidade), OC (organização do conhecimento) e AC (aplicação do conhecimento), estas etapas levaram em conta os conhecimentos adquiridos pelos trabalhadores, valorizando suas vivências práticas, sua cultura, suas ações...respeitando a diversidade de conhecimentos e tornando-o como agente principal do processo de aprendizagem. Foi elaborado uma cartilha de Defensivos Alternativos com uma linguagem de fácil compreensão para que fossem reproduzidos as informações passadas no curso. Em Marcelino Vieira o curso foi realizado na Comunidade da Vaca Morta e em Lucrécia foi realizado na sede da associação de pescadores. Foram discutidos assuntos relacionados as principais pragas presentes nos dois municípios, mas dando enfoque a cultura do girassol como  atividade principal, já que ha´uma previsão de instalação de 12 ha de girassol irrigado em lucrécia e 4 ha no município de Marcelino Vieira.

O curso foi patrocinado pela JICA, e recebeu apoio das reginais da EMATER de Pau dos Ferros e Umarizal para a sua realização. Em Lucrécia esteve presente o Sr. Rogério gestor da regional de Umarizal o qual fez a abertura das atividade e enfocou a importância da ação da JICA no município, bem como a relevância de um curso sobre defensivos alternativos, o qual possibilitará a redução da utilizãção de defensivos químicos pelos trabalhadores. 

Representando a JICA nas duas capacitações estava a médica veterinária Drª Ana Kojima, a qual veio coordenar as ações do Projeto do Girassol e repassar as informações do último encontro do comitê gesto ocorrido em Natal.

Representando o escritório de Lucrécia, esteve presente o Engº Agrônomo Adeilton, o qual deu ênfase ao trabalho realizado pela JICA e comentou que as ações tem reforçado suas ações no município.

Após a finalização dos trabalhos foi feita uma avaliação das duas oficinas, sendo relatado pelos trabalhadores a importancia da capacitação e a necessidade de se retomar estes temas nas comunidades.

Preparação da calda bordalesa (Comunidade da Vaca Morta - Marcelino Vieira - RN)

Curso de defensivo alternativo - (Vaca Morta - Marcelino Vieira - RN)

Capacitação na Comunidade da Vaca Morta

Curso de Defensivos Alternativos (Lucrécia - RN)

Texto: Junior Engenheiro Agrônomo

A cultura do girassol no Município de Marcelino Vieira - RN

SAUDAÇÕES!!!

Agradeço a  todos que acessarem este blog cujo objetivo e difundir e divulgar as ações realizadas pela equipe multidisciplinar do escritório local da EMATER de Marcelino Vieira - RN, atualmente compostas por 5 profissionais (Irma-Auxiliar administrativo / Suiann-Assistente social/ José Miguel-Técnico Agrícola / Junior - Engenheiro Agrônomo  e Isaac Luiz - Técnico em Agropecuária). Nossas ações serão direcionadas as técnicas de convivência com o Semi-Árido, buscando assim, trocar experiências com outros profissionais, instituições de pesquisa, ONGs, sindicatos rurais, empresas, etc. Atualmente estamos desenvolvendo no município várias atividades voltada à agricultura familiar, dentre elas esta sendo implementado um grande projeto voltado a cultura do girassol, este projeto está sendo realizado em parceria com uma instituição japonesa (JICA) e o governo do estado do RN. Atualmente estamos com uma UTD (Unidade Técnica Demonstrativa) de 2 ha de girassol irrigado na Comunidade da Vaca Morta próxima a sede do município. O plantio esta sendo conduzido por trabalhores(as) da cooperativa Agroindustrial do trabalhadores rurais de Marcelino Vieira- RN e estamos com outra UTD em processo de implantação com 1 ha na mesma comunidade.  A previsão de colheita é para janeiro de 2011, com uma expectativa de produzir 2000 kg/ha. Os trabalhos estão sendo conduzidos no sentido de garantir sua viabilidade econômica e ambiental, utilizando-se de práticas sustentáveis, com menos impacto para o meio ambiente, buscando-se alternativas técnias viáveis ao processo produtivo.

Equipe de Trabalhadores  da cooperativa realizando o plantio de Girassol na comunidade da Vaca Morta.