segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ASSOCIATIVISMO EM MARCELINO VIEIRA - REESTRUTURAÇÃO E AUTONOMIA


O município de Marcelino Vieira é um dos municípios do estado do Rio Grande do Norte onde há um dos maiores índices de associativismo no meio rural, são atualmente 26 associações distribuidas em quase todas as comunidades. Este trabalho deve-se em parte a organização participativa que o escritório local da EMATER vem implementando ao longo de toda sua existência no município e o seu  compromisso com desenvolvimento rural. Este trabalho tem gerado grandes resultados, pois boa parte dos  investimentos no na zona rual de Marcelino Vieira só foram possíveis devido a existência do fator organizativo de suas comunidades. É importante lembrar que o modelo associativista exige das pessoas regras e comportamentos universais, na medida em que bens e costumes são compartilhados. Baseada na palavra associação, que nada mais é que uma organização de pessoas para um interesse comum (segundo o dicionário), o associativismo tem sido a saída que vários grupos de empreendedores encontraram para aumentar a competitividade, reduzir os custos e melhorar a qualidade dos serviços. Empresas e profissionais que atuam no mesmo ramo, se reúnem para analisar as oportunidades a serem exploradas, bem como as deficiências que devem ser sanadas. Neste sentido, consensualmente, os direitos e deveres são iguais. Ao associar-se o indivíduo assume perante o processo assoativista responsabilidades, direitos e deveres perante seu estatuo social, bem como a valorização do princípio ético perante a sua linha de atuação. O modelo associativista é autônomo e a partir de sua formalização tem personalidade jurídica, respondendo legalmente por atos cometidos pelos seus dirigentes perante a sociedade. É função de sua direção, além de cumprir as normas legais instituidas por legislação correlata, obedecer integralmente o que manda seu estatuto social cumprindo prazos, normas e pricipalmente prestar contas de todas as suas ações perante seus associados como manda o seu regulamento. Mas o modelo associativista mesmo amplamente disseminado, necessita inicialmente de compromisso e despreendimento dos seus associados, o trabalho voluntário é um dos seus requisitos básicos e nem sempre esta prerrogativa é aceita ou cumprida por quem inicialmente se diz associado. A falta de diálogo entre os membros da associação é outro problema  grave para o processo de gestão participativa, a não realização de assembléias ou o não comparecimento dos associados  a suas reuniões deliberativas leva a um processo de descredito do modelo associativista, o que culmina com o abandono da direção e a perda de benefícios por parte dos associados. A falta de assessoria jurídica e contábil é outro grave problema para a continuidade das associações, pois a grande maioria não dispõe de recursos financeiros para garantir o cumprimento das obrigações fiscais e jurídicas, o que implica o não pagamento de taxas e que gera consequentemente problemas com a sua documentação. Ressaltamos que as associações tem na EMATER um parceiro para a realização de seus trabalhos, mas vale salientar que  mesmo sendo um orgão de extensão não dispomos de autonomia e  responsabilidade jurídica para  para organizar assembléias e formalizar prestações de contas. Cabe a nós orientar as associações que venham a nossa procura para cumprir sua função social e exercer de forma clara e transparente suas obrigações perante os associados.

Texto: Junior Barbosa
Engenheiro Agrônomo

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