quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

INTOXICAÇÃO DE ANIMAIS POR TINGUI - SÍTIO COITO


Em virtude do período de inverno há proporcionalmente um aumento da oferta de forragem nativa e consequentemente um maior desenvolvimento de espécies relatadas como tóxicas, como é o caso do Tingui (Mascagnia rígida Griseb), que é altamente palatável aos animais e causa na grande maioria dos casos a morte dos animais quando ingerida. Atualmente em Marcelino Vieira, mas precisamente no  assentamento Coito, tem ocorrido alguns casos de morte de animais por tingui , o que tem motivado os extensionista do escritório local da EMATER  a buscar maiores informações sobre sua fisilogia  e tratamento curativo. A Mascagnia rigida Griseb e uma planta da família Malpighiaceae conhecida como tingui, vegeta em vários estados brasileiros, especialmente nos estados do Nordeste e Minas Gerais. É apontada como uma planta tóxica pertencente ao grupo que causa intoxicação aguda, em que a morte é precedida apenas por um curto período de sinais clínicos e, muitas vezes, sem sinais prévios. Quanto ao gênero Mascagnia, sua toxicidade é relatada desde a década de 40. Animais intoxicados apresentam sinais neurológicos, fraqueza, tremoresmusculares, saltos, posição de decúbito lateral, prostração, convulsões, paralisia e morte. Poucos são os trabalhos que relatam os princípios ativos isolados da espécie M. rigida. Tokarnia et al. (1961), ao intoxicarem experimentalmente bovinos com M. rigida, relataram que os únicos sinais observados foram diminuição até a perda do apetite e depressão, mas esses não ocorreram em todos os animais que morreram. Os autores também não conseguiram determinar a quantidade da planta necessária para levar a óbito a espécie bovina, pois quantidades muito maiores que aquelas que mataram certos animais não causaram a morte em outros. Quanto ao estudo fitoquímico da M. rigida, Nascimento e Habermehl (1995) isolaram das folhas um glicosídeo, o nafto-γ-pirona. Saad et al. (1970), ao estudarem outra espécie de Mascagnia (M. publiflora), relataram a presença de glicosídeos cardioativos quimicamente positivos para açúcares desoxi e para núcleo esteroidal. Apesar de a M. rigida representar um importante problema econômico para a pecuária, pouco se sabe sobre os seus princípios tóxicos e seu modo de ação. A recomendação veterinária para animais intoxicados e procurar movimentar os animais com calma, deixá-lo em repouso, com fornecimento de água avontade e procurar combater as áreas infestadas com o arranquio das plantas e marcação das áreas mais infestadas.

Texto: Junior Barbosa
Bibliografia:

PEREIRA, A.S.; SANTOS, L.F.L.; NUNESPINHEIRO, D.C.S. Alterações bioquímicas e patológicas em caprinos intoxicados por tingui (Mascagnia rigida). In: CONGRESSO PANAMERICANO DE CIÊNCIAS
VETERINÁRIAS, 15., 1996. Anais... Campo Grande, 1996. v.1, p.152.

NASCIMENTO, M.S.; HABERMEHL, G.G. Two naphto-pyrone glycosides from Mascagnia rigida. Fitoterapia, v.46, p.539-542, 1995.

SAAD, A.D.; ANDRADE, S.O.; AGUIAR, A.A. The toxic effects of Mascagnia publiflora (Juss.) Griseb. An. Acad. Brasil. Cienc., v.42, p.235- 244, 1970.

TOKARNIA, C.H.; CANELLA, C.F.C.; DÖBEREINER, J. Intoxicação por um “tingui” (Mascagnia rigida Griseb.) em bovinos no Nordeste do Brasil. Arq. Inst. Biol. Anim., v.4, p.203-215, 1961.

Nenhum comentário:

Postar um comentário