O risco iminente de inundações provocadas com o aumento das águas do rio Apodi/Mossoró já deixa moradores de comunidades ribeirinhas apreensivos. No bairro Alto da Conceição, que é margeado pelo rio Mossoró, nas ruas próximas ao leito, os moradores já estão em vigilância diante do risco das águas entrarem em suas casas. Haja vista que, mesmo sem o sangramento da Barragem de Santa Cruz, no município de Apodi, o nível das águas do rio Mossoró já apresenta visível crescimento e já chega à calçada das casas mais próximas ao longo de todo o rio.
A aposentada Nativa Leandro de Moura, 77, conhece bem a rotina de conviver com as inundações provocadas pelo rio, sua casa localiza-se no final da Rua Romualdo Galvão no bairro Alto da Conceição e a cada precipitação o alerta é dado a fim de minimizar os prejuízos provocados com a chegada das águas. "Eu vejo enchentes desde 74 aqui, tem vez que as águas sobem de repente e isso é que me deixa apreensiva", conta dona Nativa.
Maria Antônia, 33, dona-de-casa mora na mesma rua que Dona Nativa e explica que na última cheia do rio, ocorrida em 2009, a população foi levada a uma escola pública do bairro, mas ela diz que até o momento não recebeu nenhuma orientação. "A gente até se acostuma com a cheia, mas nos sentimos inseguros quando a gente pensa para onde vamos quando o rio subir", diz ela.
Mas o risco iminente de inundação não aflige apenas os moradores de parte do Alto da Conceição. Relatório da Defesa Civil do Rio Grande do Norte produzido em fevereiro deste ano revela que nove bairros e localidades correm risco com o aumento das águas do rio Mossoró. Além do Alto da Conceição, a Ilha de Santana, Comunidade dos Pereiros, Santo Antônio, Conjunto Redenção, Dom Jaime Câmara, Bairro dos Pintos, Paredões e Barrocas devem sofrer com a força das águas. Nestas localidades, os técnicos do Corpo de Bombeiros - autores do relatório - também constataram imóveis residenciais e comerciais construídos em áreas de risco. Ao todo, dez mil pessoas residem em áreas de risco em Mossoró. O relatório cita ainda que na última cheia do rio, ocorrida em 2009, cinco mil pessoas ficaram desabrigadas.
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